sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O reecontro

Tive a idéia no ano passado, em meados de outubro de 2011. Falei com ela a respeito e de pronto ela achou melhor procurar outra pessoa. Naquele momento eu sabia que seria ela, mas acatei seu conselho e a deixei. Aquele seria o último dia que nos veríamos naquele ano.

Este ano comecei com a convicção de que voltaria a vê-la em breve. Eu sentia que meu caso era urgente, eu precisava fazer com ela...

Esperei para ligar após o carnaval, pois tudo começa depois dele. Ligue semana passada para seu consultório, mas não consegui falar com ela. Deixei recado, o qual foi transmitido, pois no mesmo dia recebi a confirmação de que poderíamos nos ver hoje, segunda feira, dia 24 de fevereiro de 2012. Assim que desliguei o telefone, fiquei eufórico com a notícia, mas segundos depois, suei as mãos e pensei: “Será que faço isso? Vou mesmo a esse encontro”?

Os dias se passaram, e fui ficando preocupado, ao ponto de consultar alguns conhecidos que já passaram por essa situação de reencontro. Todos disseram para que eu fosse sem medo, afinal é necessário e não vai “doer” rsss.

No final de semana, tentei esquecer, mas a lembrança era recorrente.

Passou o feriado, fui passear em um sítio de amigos, mas sempre me lembrando da segunda-feira à tarde. Como seria minha reação? E a dela?

Chegou o grande dia. A segunda-feira amanheceu nublada. Ainda a ressaca do carnaval dando sinais... Sai pra trabalhar pensando que não poderia perder a hora por nada.

Enfim chegou o momento de seguir para o tal encontro. Fui direto do trabalho, saindo com uma hora de antecedência. Mesmo assim, o trânsito de sexta-feira e chuvoso me fez atrasar em quinze minutos. Estacionei e fui andando em passadas longas, apressado. Todos percebiam que eu estava indo para algo “tenso”, pois me olhavam com estranheza de quem não entende minha pressa naquele início de noite no shopping, sexta-feira. Passei por algumas pessoas sentadas, as quais com certeza esperavam seus pares. Os olhares buscavam seu amigo (a)s ou namorado (a)s ente os passantes. Mas eu com certeza não era um deles, pois estava com olhar fixo no final do corredor... Mais alguns passos e chego lá!

Virei e entrei em um movimento único. Lá estava ela, sentada na poltrona, lendo uma revista. Anunciei-me, ela levantou a cabeça calmamente, seus cabelos loiros e finos balançaram no movimento em câmara lenta e seus olhos verdes me fitaram. Cumprimentamo-nos e ela pediu que a aguardasse por um minuto. Entrou e foi se preparar na sala ao lado. Eu era só emoção. Não ouvia o som do shopping, nem tampouco das pessoas que passavam na porta.

Aguardei inicialmente de pé. Mas os segundos pareciam eternos. Sentei-me na mesma poltrona que ela estava antes. Esta, ainda morna, me acalmou e pude notar que havia mais alguém na sala: a secretária. Acenei com a cabeça e ela retribuiu timidamente.

De repente, uma voz suave ecoa da sala: “Hipólito, pode vir, estou pronta”. Me arrepiei, mas não demonstrei nenhuma reação aparente, eu acho. Olhei para a secretária, a qual confirmou que eu entrasse.

Quando a vi, sua máscara já posta, suas luvas nas mãos, seu olhar de inquisidora, percebi que o tratamento de canal teria início!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Paixão

A paixão é algo maravilhoso e também destruidora. Ela vem de forma doce e se revela dura e amarga algumas vezes. Mas é o elo entre o efêmero e o amor. Ela nos faz flutuar e esquecer as coisas vãs. Amortece nossa queda rumo ao ostracismo.